Arquivo em Cartaz começa nesta segunda com homenagens, exibição de curtas históricos e show comemorativo aos 100 anos do samba

Abertura será no dia 7, às 19h30, em cinema instalado pátio do Arquivo Nacional e vai reunir personalidades do audiovisual e do samba numa mistura de sons e imagens.

Programação gratuita vai até 16 de novembro, no Rio de Janeiro e Niterói, e inclui a exibição de 54 filmes nacionais e internacionais em 33 sessões de cinema divididas em cinco mostras temáticas

 O Rio de Janeiro vai ser palco da sétima arte a partir desta segunda, 7 de novembro, com a realização do 2º Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo. A abertura oficial acontece às 19h30, no belíssimo cenário do conjunto arquitetônico do Arquivo Nacional ( situado em frente à Praça da República, 173, Centro), que receberá a instalação de um cinema ao ar livre com plateia de 400 lugares. Nesta ocasião serão prestadas homenagens ao Chico Moreira - fotógrafo, montador, pesquisador, conservador, restaurador cinematográfico, falecido em janeiro deste ano, que será representado pelo seu filho, Daniel Moreira. No contexto da celebração dos 100 anos de samba, eixo central desta edição, o homenageado é o jornalista, escritor, produtor cultural, diretor e ator Haroldo Costa, que estará presente na cerimônia.  

 PRESERVAÇÃO,  CINEMA, MÚSICA

 A abertura do evento promete agitar a noite carioca. Começa com apresentação da Orquestra Barroca da UNIRIO, composta por 35 integrantes, a Orquestra se dedica à interpretação do repertório dos séculos XVII e XVIII com instrumentos históricos. A Orquestra surgiu como projeto de extensão em 2002, a partir do trabalho da Camerata Quantz, grupo coordenado pela professora Laura Rónai, com a proposta de ser, mais que um conjunto de câmara, uma oficina permanente de interpretação histórica que reunisse professores, alunos e músicos interessados nesse repertório. 

 O público poderá conferir a exibição de três curtas históricos: Haroldo Costa – O nosso Orfeu(2015), de Sílvio Tendler,  Ópera Sideria(1912), dirigido por Annibal Requião, cujos fragmentos foram restaurados por Chico Moreira e Mauro Domingues. O centenário do samba será apresentado pelo terceiro curta da noite, o filme Abre-alas, dirigido por Ana Moreira e realizado pelo Arquivo Nacional inteiramente com imagens de arquivo. A produção mostra cenas dos carnavais de 1948 e 1949 na cidade do Rio de Janeiro, com destaque para os banhos de mar à fantasia, o desfile das grandes sociedades carnavalescas e aspectos dos foliões na avenida Rio Branco e na praça Onze, resgatando assim o passado cultural da festa mais tradicional do país.

 EXPOSIÇÃO

 O centenário do samba será celebrado também com a exposição "O Século do Samba",  aberta ao público a partir do dia 7, segunda. A mostra apresentará uma coleção de documentos originais relacionados a história do ritmo, selecionados a partir de vários fundos com o intuito de despertar o interesse dos visitantes pela história de uma das manifestações mais emblemáticas da cultura brasileira. Peças dos anos 1920, musicadas por Sinhô, Lamartine Babo, Pixinguinha; músicas censuradas durante o regime militar, assim como enredos de escolas de samba submetidos à censura; gravações antigas em discos de 78 rotações de sambas de Donga, Noel Rosa, Catulo da Paixão Cearense são apenas alguns exemplos. A exposição estará em cartaz nas dependências do Arquivo Nacional.

 Durante a festa de confraternização, a animação ficará a cargo da roda de samba Batuke de Ciata, que integra a Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata -  considerada uma das mais tradicionais da capital fluminense. A entidade é presidida por Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata, considerada a Matriarca do Samba e até os dias de hoje homenageada por sua contribuição na formação do cenário brasileiro.A história deste grupo remonta ao início do século XX, quando Tia Ciata, que confeccionava e alugava roupas de baiana para desfiles carnavalescos, passou a receber músicos para tradicionais festas em sua casa.

 O Arquivo em Cartaz será realizado entre os dias 7 a 16 de novembro, no Rio de Janeiro e em Niterói. Serão exibidos 54 filmes nacionais e internacionais (longas, médias e curtas) em 33 sessões de cinema, divididas em oito mostras temáticas: Mostra Competitiva, Mostra Pré-Estreias, Mostra Homenagem, Mostra Acervos, Mostra Arquivo N, Mostra Arquivo Faz Escola, Mostra Arquivos do Amanhã e Mostra Oficina Lanterna Mágica.

 O Festival promoverá também debates, oficinas e workshop com a convidada internacional Laura Tusi, da Argentina. Para isso, serão ocupados três espaços principais: Arquivo Nacional (Cine Pátio – 400 lugares e Cine-Teatro – 150 lugares) e Espaço Cultural BNDES (Cine BNDES - 384 lugares), na cidade do Rio de Janeiro; e Cine Arte UFF (290 lugares), em Niterói. Toda programação é oferecida gratuitamente ao público.

 O evento é uma realização do Arquivo Nacional em parceria com a Universo Produção. A produtora é responsável, ainda, pela Mostra de Cinema de Tiradentes, pela CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto e pela CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, que acontece simultaneamente aoBrasil CineMundi - Encontro Internacional de Coprodução. Juntos, estes eventos forma o Programa Cinema Sem Fronteiras, que busca contribuir com a valorização, preservação, resgate e difusão da sétima arte.